quarta-feira, 9 de maio de 2012
Meu sonho é ser mãe
Meu sonho é ser mãe.
Partilhar isso com os outros é constrangedor. É tão arcaico, agora, dizer que a natureza materna me seduz. Mas eu não abro mão da ideia. Quero mesmo é passar pela sensação única, imensurável, de segurar nos braços uma criatura que eu gerei. “Mas você só tem 20 anos!”, ouço frequentemente, como se a ideia fosse ser colocada em prática mês que vem. Revolta-me, sobretudo, o repúdio que a maternidade desperta nesses dias de ascensão. Como se a mulher, por ser independente, não pudesse sonhar com contos de fadas e filhos.
Nada contra as colegas corajosas que enfrentam a Marcha das Vadias e lutam por mais igualdade para o nosso sexo, ainda muito inferiorizado. A campanha que está rolando pelas redes sociais, inclusive, é uma das melhores que já vi. O que me entristece é a confusão que se faz entre ser feminista e ser feminina. Tenho vergonha de revelar o sonho que acalento em segredo, assim para todos ouvirem. Temo ser rechaçada por ainda ter a velha concepção de que um bebê completaria a minha existência.
Quero o direito de ser tratada de igual para igual, ter os mesmos salários, usar a roupa que eu quero sem ser julgada (ou estuprada) por isso. Essa vontade, no entanto, não anula meu desejo de constituir família. Para mim, mulher de verdade é essa, que sai para trabalhar, volta cansada e ainda cuida dos filhos. Esse é o modelo que tenho em casa, da mulher mais importante do mundo, aquela que me ensinou a ser digna. Quero amar e ser amada. Não sou menos feminista por isso.
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