segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Questão de gênero.

Adivinha quem é o homem de verdade?




Outro dia, um amigo confuso e frustrado bombardeou-me com uma questão universal deveras espinhosa. Como conquistar e satisfazer uma mulher? A resposta, devorada na ponta da língua, é elementar: Seja homem. Esse espécime tem sido engolido por uma geração andrógena, quando não atingido pela covardia e a pretensão. Não se iluda, seres do sexo masculino existem aos montes. Mas poucos deles são homens de verdade.



Homem que honra o conceito de família e respeita a mulher, sem colocá-la em um pedestal. Entenda que nós não queremos ser deusas. Rainhas, talvez. Não se trata de angariar adoradores. Gostamos de elogio constante, de massagem e carinho. Mas a dúvida ainda é o alimento da paixão, que sem o mistério nebuloso da conquista vira apenas um clichê desanimado. Toda mulher quer um homem confiante que sabe ser presença e deixa saudade. Que despreza o drama e não rouba seus cosméticos.



O imaginário viril do caçador explodiu em estilhaços coloridos. É uma vergonha para a raça masculina esse encolhimento na sociedade. Os direitos conquistados pelas mulheres parecem inibi-los, mas devo dizer: é muito fácil exercer domínio sobre a mulher passiva. O desafio é dobrar o ego da independente, invadir sua vida e ficar até o dia seguinte. Mas falta coragem, caráter e testosterona.



Em toda esquina existe uma donzela, teoricamente dona de si, pronta para ser arrebatada. A princesinha dos contos de fada quer um príncipe metade lobo, metade lenhador. Que abra a tampa da maionese e mate as baratas. Que goste de dormir de conchinha e acorde em cima dela. A triste realidade, no entanto, é que esses poucos homens de verdade, dispostos a oferecer fidelidade e respeito, são freqüentemente desprezados por elas. O ardor da aventura parece mais seguro, menos enfadonho. A conclusão é igualmente deprimente.


Também está faltando mulher de verdade.