Aviso
Ele dizia,
Não se apaixone por mim.
Tarde demais.
Culpado
Se eu sou assim
é culpa sua que me fez
tão distante de mim
Desafetos
Um dia eu vou olhar na sua cara
te chamar de otário
e de amor da minha vida
Sintomas
Sinto saudades
vontades
Sinto muito
Fortaleza
Fragilidades nunca foram meu forte
Esperança
Matei uma quando era criança
Nunca mais recuperei
sexta-feira, 31 de maio de 2013
índoles
Ele é um homenzinho de gelo. E no seu coração não há mais espaço
para mim. Ele nunca chora, porque chorar é um desperdício de energia, ele não consegue, e não
é por falta de sentir. É ruim, é uma peste, dizem. Que tristeza não poder
concordar.
Porque eu conheci bem esse menino indecifrável. Eu vomitei
sobre ele todas as palavras arrogantes do meu imenso repertório. A escritora de fogo derretia no gelo e achou que seria fácil
esquecer. Peguei esse sentimento e estrangulei na surdina de uma noite passada
em claro. Mas amor que a gente não mata direito é um bicho arredio que periga
voltar.
Que tristeza não poder engrossar o coro que diz que ele é
ruim. Que tristeza não poder dizer que posso achar coisa melhor. É que ele é bom. É humano e caridoso. O que
falta em lágrimas, compensa em ações. Do que não diz, faz. Ele cresceu para
encontrar seu lugar no mundo e seu lugar no mundo é salvar vidas. E me rói o
orgulho que ele seja tão bom. E me rói o orgulho não dizer isso, por despeito, por desamor. Eu sempre fui ruinzinha, é da
minha natureza, parecer má. Mas de maldade eu não tenho nenhuma. Só tenho vazio
e saudade.
Melhor que ele não posso dizer que vou achar. O que eu
mereço é um que, tão bom quanto ele, me ame de verdade, mas ame tanto quanto um
dia eu amei esse homenzinho de gelo.
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