terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Life is too short


Estudar, trabalhar, dormir, esperar. O peso da rotina desaba sobre os ombros dos mais fracos. Uma esperança tênue abastece a coragem dos conformados. A vida segue seu ritmo melancólico, dia após dia, nos ponteiros de um relógio estrangulado. E se você soubesse que não tem muito tempo, continuaria esperando o fim de semana chegar?

A vida inteira para preencher, e só se quer congelar alguns instantes. Ser humano é mendigar migalhas: segundos preciosos de um sorriso espontâneo, cinco minutos regrados de sono, um dia entre trinta e um. Nessa era de longevidade e progresso, vive-se demasiadamente pouco. Sempre alguma coisa para fazer, um lugar para ir. Nesses dias em que o atraso é uma ofensa aos deuses, um engarrafamento é o único momento de reflexão. Não existe chance para a beleza do comum. Ninguém olha para o céu se não for à caça de um disco voador.

A experiência é o conjunto de fases que, mesmo cumpridas com maestria, culminam em um grande game over. O imperativo social é impiedoso: arrume um emprego, case, tenha filhos. Só não dizem que empregos são difíceis, maridos e esposas decentes mais ainda. A lógica do grande ciclo é que ele jamais desemboca em lugar algum. Todo ano é um novo ano, um mais do mesmo carnaval. De muitos Natais se fazem uma vida, até chegar a última página do calendário, no dia sem amanhã. Aquele vestido branco que você estava guardando para vestir na virada? Nunca vai ser usado. E o pedido de casamento, que ele finalmente resolveu fazer? Agora é tarde demais.

Faça melhor uso do seu tempo. Pare de contá-lo.

2 comentários:

  1. Muito bom, como sempre! Que venham mais textos em 2011! (Tudo bem que "Ano Novo" só existe no nosso imaginário, o tempo em si nada tem de novo, mas de qualquer forma fica aqui o desejo ^^)

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  2. Cara, amei muuito o seu blog! Você escreve demaais, menina! Continue assim! Beeijão.

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