domingo, 24 de outubro de 2010

Amor intergaláctico





Esperei um infinito de estrelas pálidas para te encontrar de novo. Sorri de corpo inteiro, abraçando cada átomo do seu corpo refeito de tempestades antigas. Reclamo de você que nunca faz a barba. Mas adoro poder passar a mão no seu rosto, sentindo sua meia dúzia de pêlos espetarem meus dedos, lendo a saudade nas rugas precoces. Estamos ficando velhos. Só que o tempo lá fora não é mesmo aqui dentro. Em algum lugar dentro de mim, você e eu ainda somos os mesmos.

A minha saudade é crônica, nasce no instantâneo, sinto falta desse segundo que acaba de ir embora. O universo vizinho me espera, com suas crateras vazias de cometas gelados. Não hoje. Hoje estamos aqui, dividindo o mesmo ar. Não brigue comigo, que ao alvorecer já serei lembrança. Sinto inveja de quem ama as coisas fáceis, e não valoriza a presença. Quem vive a desperdiçar os lábios em ofensas, machucando seus amantes, não sabe como é escuro o abismo da separação.

Um dia, eu prometo amor, vamos ficar juntos até acabar o mundo. Por enquanto, eu tenho que ir embora. Não faça esses olhos, guarde seu melhor para mim. Outros corpos invadirão nossas órbitas, enquanto milhares de asteróides explodirão ao redor. Mas não importa quantos anos-luz ainda vão nos separar. Eu sempre vou voltar pra você.


3 comentários:

  1. "Eu sempre vou voltar pra você."
    Que lindo *-*

    Passa lá no meu blog... vc nunca mais foi lá =/

    BeijO*-*
    http://evesimplesassim.blogspot.com/

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  2. Nossa Fabiane, belo texto, perfeito.
    Ao ler, chegou apertar meu peito, me fez lembrar meu amor que está distante...
    abraços

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  3. Texto lindo. Cada vez melhor, vc me orgulha muito com tanto talento. :)
    ps: apesar de ter sumido, sempre que posso, acompanho seus textos.

    abçs!

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